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 “Território” alienígena em

Miguel Leão-Piaui

1.      Uma nova Dimensão

Não imaginávamos encontrar tamanhas evidências ufológicas na pacata cidade de Miguel Leão que fica a 88 quilômetros (Sul) de Teresina, capital do Estado do Piauí. Com uma população não superior a 1.400 habitantes, vivem seus moradores basicamente de renda e produção agrícola familiar. Ainda se pratica o velho hábito de caçar animais silvestres com o intuito de melhorar a sua alimentação. A cidade é cercada de morros e as ruas com declividade acentuadas, necessitando de um bom preparo físico para percorrê-las. Existe uma barragem no perímetro urbano, onde serve como ponto atrativo e de lazer. Realizamos nossa primeira pesquisa de campo a aquele município sábado, 26 de novembro de 2005, e retornamos na manhã seguinte ao meio dia.


Sede da Prefeitura Municipal e cenas do cotidiano da população. Fonte: UPUPI (2005)

Era de nosso conhecimento, através de uma reportagem ufológica exibida a mais de cinco anos atrás pela emissora de televisão Meio-Norte (Teresina). A mesma guardada em nossos arquivos mostrava sobre fatos e acontecimentos que repercutiram por um certo tempo na mídia e na própria sede do município. Mesmo com dificuldades que muitos grupos de ufologia parecem compartilhar neste imenso País, estávamos decididos a verificar in loco se o fenômeno ainda era presente na região. Também tentar realizar uma vigília naquela sede interiorana. Por imprevistos de última hora, tivemos uma redução  do grupo nesta pesquisas, mas conseguimos realizar boas entrevistas.

houve uma atualização dos fatos, detalhes mais profundos que muitas vezes uma simples reportagem deixa escapar. Mesmo pelo pouco tempo que já é de costume permanecer nestas viagens de pesquisas (menos de 24 horas), corremos contra o relógio e até com certas barreiras que aparecem principalmente nas horas iniciais da localização e das entrevistas do contatados.

Em municípios pequenos existe um certo receio da população em falar com estranhos, de contar realmente os acontecimentos na íntegra. Há sempre uma necessidade de um articulador ou figura popular da região para fazer esta ponte e conexão com os moradores. Alguns inicialmente desconfiam e suspeitam de manobras políticas da ala opositora e acham que serão prejudicados posteriormente. Gradativamente as “portas” se abrem e passam a espelharem-se naqueles que são entrevistados.

Em Miguel Leão tivemos como ponto de apóio o Sr. Araújo e esposa, figuras de uma  simpatia e amizade. Compartilhamos a satisfação de conhecê-los nesta viagem e nos sentimos honrados e agradecidos em sermos acolhidos em sua residência. Homem conhecedor dos fatos ufológicos no município, foi o ponto de partida para nossas entrevistas. Iniciamos nossas pesquisas ouvindo dele alguns acontecimentos marcantes sobre o referido assunto e que o leitor confere mais à frente. Também tivemos o privilégio de conhecer um pouco de suas viagens por todo o nosso Estado. Sucessivamente algumas pessoas que presenciaram um encontro com o suposto óvni foram localizadas. Detalhes de endereços e aspectos pessoais não serão descritos aqui, já que no município é muito fácil localizá-los. Estes permitiram compor este artigo, que promete trazer muito mais revelações desconhecidas ao longo de outras possíveis viagens futuras.


Residência do Senhor Araújo e seus relatos preliminares. Fonte:  UPUPI (2005)

 Das viagens realizadas para outras localidades do nosso Estado, com certeza esta empolgo-nos pela dimensão que o fenômeno representa naquela região. No auge das incursões alienígenas o pânico generalizou-se e nos fez imaginar como semelhante a Colares (Pará). A dimensão dos acontecimentos tornou-se mais profunda e muito questionável. Porque? Para que? e com que propósito este(s) suposto(s) óvni(s) realizou e ainda continua com tamanhas incursões, perseguições e manobras por toda aquela região.

2.      Tenente Pilar: A insegurança da população e a presença da Aeronáutica

Conversamos com o ex-delegado do município Tenente Pilar, que nos prestou esclarecimentos sobre fatos acontecidos em sua gestão(década de 90). Contou-nos que era freqüentes caçadores e populares prestarem queixa sobre as perseguições do óvni. Muitos   deixavam tudo em suas “esperas” (caçadas noturna) e chegavam rasgados, feridos e em estado de choque. O pânico e medo da população  cresceram a um ponto que Pilar e seu contingente de soldados não tinham como enfrentar a situação. Estavam diante de um fenômeno que fugia as normas básicas de um delegado de policia interiorano. A onda era tão evidente que certa vez o objeto pousou num campo dentro da cidade em época de festividades juninas. Nesta situação foi comunicado pelos populares sobre este fato e teve que se desloca correndo com a guarnição para esta área. O local era próximo da delegacia, permitindo chegar rapidamente. Ao aproxima-se do campo o objeto decolou lentamente como era de costume e no alto segui rapidamente para um outro ponto mais à frente. Conta ele que pegaram a viatura e seguiram para este segundo ponto de pouso.

Alguns minutos passaram até chegarem onde o óvni já havia pousado novamente. A distância entre a viatura e a nave era de aproximadamente uns trezentos metros. Pilar relatou-nos que o objeto assemelhava-se a uma sobrinha aberta, com possíveis pontas laterais servindo como ponto de apóio no solo. Passados alguns minutos e já motivado pelos inúmeros relatos dos populares, resolveram disparar dois tiros na tentativa de intimidá-lo e afugentá-lo. Neste instante o aparelho decolou e segui rumo ignorado.

Pela onda crescente que os fatos estavam se caracterizando e como autoridade militar da cidade, enviou inquérito policial ao Departamento de Polícia do interior (DPI), que tomassem providências para estes acontecimentos. O próprio documento enviado constava o testemunho já de quarenta pessoas aproximadamente e do retrato falado do suposto óvni. A situação estava sem controle, e o número de vítimas era muito maior e crescente, o DPI solicitou a Aeronáutica ajuda. Pilar nos relatou que ficou surpreso com a chegada de uma equipe de investigadores militares. Permaneceram na região das 17:00 as 24:00 horas, e munidos de equipamentos fizeram os procedimentos de análise. Visualmente presenciaram naquele dia a aparição de um objeto que foi caracterizado como objeto voador não identificado (óvni).


Tenente Pilar (ex-delegado) relata os momentos difíceis. Fonte: UPUPI (2005)

O ex-delegado teve que se afastar do cargo depois de um tempo, por motivos de saúde de sua esposa, deslocando-se para a capital piauiense (Teresina), para um tratamento médico. Relatou-nos que o fenômeno ainda persistiu intensamente por alguns meses subseqüentes.

 Hoje ele apenas houve o relato de alguns moradores sobre outros fatos posteriores.Tentamos localizar o atual delegado, mais infelizmente não estava na cidade, para nos informar sobre possíveis acontecimentos mais recentes.

3.      Casal sofreu perseguição na estrada e múltiplas experiências

As perseguições estão presentes no cenário ufológico piauiense. Muitos populares passam por tamanhas experiências que ao lembrá-las até se “arrepiam”, provando um sentimento permanente de medo do fato inusitado e aspectos de origem desconhecida. Elizângela e seu marido (Luis) foram protagonistas  de um contato ufológico quando se dirigia para uma festa próxima a cidade de Miguel Leão neste ano de 2005. Conta ela que seguiam de moto pela estrada vicinal, estava a mesma na garupa e observava as estrelas no céu (um velho hábito), quando notou uma luz diferente numa altura bem abaixo do normal e que os seguia. Num certo instante aquele pequeno foco se transformou em vários pontos de luz de um mesmo objeto com dimensão bem maior que a anterior. A luminosidade avermelhada e brilhante circulava todo o aparelho com uma luz de maior intensidade branca na ponta ou “cabeça” como ela definiu. No percurso tentava mostrá-lo ao marido apontando-o, mas este devido à atenção na estrada e sem ver qual rumo ela se dirigia, olhava apenas pelo retrovisor da moto e nada via.

O medo da situação levou Elizângela a repetir sucessivamente a frase “....ele vai nos pegar !”, e isso permaneceu até eles chegarem próximos a umas casas no local da festa que iam participar. Perceberam que outras pessoas também observavam o mesmo objeto. Ao parar a moto, seu marido pôde perceber então a luminosidade de que ela tanto falava, só que bem mais distante. Notaram que o óvni era de forma alongada e que seguiu rumo a cidade de Miguel Leão.


Luis e Elisângela descrevem as experiências vividas. Fonte: UPUPI (2005)

Outros fatos aconteceram com o casal em experiências distintas e pessoais. Conta ela que certa vez estava tomando banho em um banheiro que fica no quintal de sua residência, e devido à escuridão resolveu deixar a porta aberta. Observou na linha horizontal do firmamento, uma “estrela” azul que após um instante foi crescendo a tal ponto que imaginou que fosse cair. De repente a mesma se deslocou no sentido  de onde observava deixando um rastro de luz semelhante à solda elétrica.

Conta ela que dormia certa vez sozinha, já que seu marido havia ido caçar (velho hábito de muitos moradores interioranos), e ao acordar na madrugada, percebeu uma pequena luz esférica projetar-se do chão e deslocar-se até atravessar o teto. Percebeu próximo do quarto como se fosse a cabeça de uma pessoa. Lembra que não teve reação e que seu coração pulsava intensamente.

Seu marido também teve outras experiências com o fenômeno. Numa dessas caçadas, e já alertado por Elizângela sobre as aparições noturnas do óvni na região, não deu importância ao fato e costumava repetir que só acreditaria no se ele mesmo tivesse uma experiência pessoal. Certa vez há alguns anos atrás, estava sentado numa rede de espera próximo a um paredão (30 metros) nas matas de Miguel Leão, quando ouviu o barulho de pequenas pedras e folhas caírem do alto. Havia colocado um plástico acima da rede para evitar que o orvalho retido nas folhas das árvores caísse sobre ele. Recolheu um pouco do mesmo para olhar para o alto do paredão na tentativa de identificar a origem do barulho. Sua intuição dizia ser os movimentos de um guandu (pequeno lagarto)  e realmente se confirmou quando acendeu a lanterna e o localizou. Em seguida voltou ao estado de espera e passou a notar numa possa d’água a sua frente uma certa luminosidade refletida.

Tentou imaginar se havia outros caçadores na região e não lembrava de ter visto algum. Resolveu puxar novamente o plástico para olhar na direção do ponto refletido e surpreso viu um objeto muito luminoso como a procurar o ponto de origem de sua lanterna. Havia seis luzes (branca) no objeto, três em cada lado. A sua forma era oval e produzia um som semelhante a um ventilador. Seus movimentos eram ondulatórios e estava a uma distancia de 30 metros aproximadamente. 

Um certo tempo se passou nessa procura e o óvni subiu um pouco e supostamente parece que “acelerou” (definições de Luis) no sentido de deixar o local, produzindo sobre o caçador uma intensa onda de frio paralisante. Após este incidente e questionado sobre algum efeito físico sentido, lembra que por duas vezes notou uma intensa fraqueza e tontura, mesmo se alimentando muito bem. Nos  contou ainda que uma semana atrás desta entrevista, seu amigo “reizinho” teve uma experiência semelhante quando se encontrava numa espera. Após acender um cigarro, trocar as pilhas da lanterna e testá-la, uma forte luz se projetou sobre ele. O incidente provocou muito medo, pois é freqüente na região, caçador deixar rede, espingarda e acessórios no local, fugindo da suposta luz que tanto tem provocado temor aos seus protagonistas.

O casal nos relatou que dormiam certa vez quando acordaram ouvindo sobre sua casa um barulho semelhante ao descrito pelo marido em sua experiência na mata. Aquele fato intrigou-os tanto que ela saiu de casa na tentativa de observar se havia alguma coisa no alto e logo nada se confirmou.

Luis relatou-nos  sobre fatos interessantes acontecidos alguns anos atrás. Num  deles era de tarde, as 16:00 horas aproximadamente. Estava em sua roça (costume nordestino de plantio para garantir o sustento da família), para colher feijão e milho. Descansava debaixo do rancho (pequena casa para estoque da colheita) quando ouviu um som semelhante à chuva. Saiu do abrigo e notou as folhas do plantio balançarem com um vento localizado e não identificado. Este fato intrigou-o porque olhava para cima e não via nada, mas sabia que havia alguma coisa acima daquela estranha ventania. Lembra que ela permaneceu se movimentando por alguns pontos da roça e que se baseava pelas ondulações das folhagens. Aquele estranho comportamento foi se deslocando sobre outras vegetações naturais da região, até subir uma serra próxima.

Após presenciar este fato, foi colher o feijão e ficou surpreso ao tocá-lo. No local onde o “vento” passou, estava completamente gelado, como se tivesse tirado da geladeira. Percebeu no dia seguinte que toda a vegetação por onde o fenômeno passou (folhas do feijão e outros vegetais) havia secado. Seu cunhado estava presente ao fato e ambos ficaram a questionar sobre o incidente.

Pouco tempo depois o seu próprio cunhado foi protagonista de um fato semelhante. Estava numa “espera” e assombrou-se com uma estranha ventania sobre ele. Deixou todo o material de caça no local e correu rumo a cidade. Somente retornando ao lugar posteriormente para pegar o que havia deixado. Após este acontecimento nunca mais se interessou por caçadas.

4.      Óvni pousado surpreende Agricultor

O fato aconteceu com Raimundo Dias da Silva há cinco anos atrás (2000) aproximadamente, no ponto conhecido como “carnaíbas”. Ao chegar na roça pelas 5:00 horas da manhã juntamente com António Silva (seu sobrinho), este se afastou um pouco para fazer necessidades fisiológicas. Ao pular a cerca, Raimundo percebeu um aparelho pousado ao solo bem próximo dali (50 metros aprox.). Este percebeu a presença dos dois e iluminou-se, decolando e seguindo em sua direção. Alertou seu sobrinho sobre a presença do “aparelho” e pediu que corresse para debaixo do rancho. A princípio o mesmo duvidou de sua presença e achou que era brincadeira do seu tio, mais logo pode comprovar visualmente. Os dois ficaram refugiados no abrigo da roça, observando que o óvni sobrevoava a área na tentativa de identificá-los.


Raimundo revive todo o encontro com o óvni. Fonte: UPUPI (2005)

Lembra que tinha a forma de uma antena parabólica e de uma luminosidade tão intensa que doía os olhos. Quando estava pousado, viu como um cano da altura de um poste estendido sobre o aparelho, com uma luz vermelha que piscava no alto do objeto. este se recolheu quando decolou, ficando apenas a intensa luminosidade que o envolvia. Após uns 10 minutos sobrevoando o rancho e sem conseguir localizá-los, apagou-se, ficando apenas e novamente a referida e pequena luz. O dia já raiando, o “aparelho” subiu e seguiu rumo ignorado. Raimundo relembra que depois que o objeto partiu, sentiram intenso frio. Necessitando  acederem uma fogueira.

5.       Caçadores sofrem perseguição de óvni

O fato aconteceu em Agosto de 2004, Ivan Lopes deslocou-se com seus colegas para as matas do município de Miguel Leão, na tentativa de caçar cutia. Durante o dia nada pegaram, mas resolveram arriscar a noite para pegar tatu. Enquanto alguns arriscavam cavando buraco com a par para localizá-los, Ivan acendia a lanterna para o alto iluminando os morcegos que voavam. Falou para os companheiros que notou uma  “estrela” descendo, e estes duvidaram de sua afirmação. Pediu para que eles olhassem para o céu e observassem uma determinada estrela no firmamento. Ao acender novamente sua lanterna, todos viram que o referido ponto luminoso apagou-se.

Com medo das inúmeras histórias contadas por muitos, trataram de arrumar suas ferramentas e partir o mais rápido possível. Ao caminharem alguns metros, lembrou-se Ivan que havia deixado a par e olhou para trás, vendo neste instante uma intensa luminosidade sobre a mesma. Relatou o fato aos companheiros que neste instante perceberam o “aparelho” seguindo muito baixo em sua direção. Lembra que o pânico foi generalizado, todos gritando, chorando e chamando por seus familiares. Nunca correram tanto como naquela noite.


Ivan relatou-nos o seu encontro com o “aparelho”. Fonte: UPUPI (2005)

Na cidade alguns não acreditavam na experiência que havia passado. Lembra bem de um caçador que debochava dele, até que certa noite foi caçar na localidade “tucuns” e teve um encontro com o referido “aparelho”. Deixou rede, espingarda, lanterna, e chegou em Miguel Leão até sem camisa e apavorado.

6.      Serra do Grajaú: Rota constante de óvni

Quando entrevistamos o Senhor Luis Pereira havia dois dias que o mesmo presenciara o óvni sobre a serra do Grajaú. Este referido ponto fica a uns seis quilômetros  depois do município de Miguel Leão. Por ser uma extensa área, o “aparelho” é visto em diferentes pontos da mesma. Luis tem também o hábito de caçar como muitos outros, e naquele dia pôde observá-lo pela segunda vez deslocando-se muito próximo de onde caminhava (50 metros). Conhecendo a forma de interceptação do objeto, seguiu apenas o seu itinerário sem acender nenhuma lanterna. Nos relatou que é freqüente a aparição por toda aquela região. Normalmente mais visto entre 19:00 e 20:00 horas, meia noite quase não se tem noticia, mais depois das 3:00 horas da madrugada até as cinco é um horário propício para se ter algum tipo de contato.


Luis relata os seus contatos vividos na Serra do Grajaú. Fonte: UPUPI (2005)

Questionado sobre a forma do objeto, contou-nos que se assemelha com um “capacete”, redondo em sua forma luminosa. Possui uma pequena luz vermelha que pisca sempre. Lembrou também que outros companheiros já presenciaram o mesmo fato em épocas distintas.

7.      Perseguição na estrada de Miguel Leão

Um fato surpreendente aconteceu no dia 28 de maio de 1996 com a Senhora Edite (57 anos), Neuma, Deumar, Décio e outros. Este incidente virou reportagem na emissora de televisão Meio Norte (Teresina). O reporte Wellington Raulino, entrevistou algumas das testemunhas. Contaram para ele que haviam saído de Miguel Leão para participarem de uma cerimônia religiosa no vizinho município de Monsenhor Gil, distante uns 30 Km aproximadamente (há o costume de populares de alugarem carro com carroceria para se deslocarem para festas, cultos e outros tipos de comemorações). Ao retornarem não muito tarde da noite, lembra Edite que viu outros veículos de conhecidos seus ultrapassarem o carro que vinha. Como na cabine não cabiam todos, a mesma ficou com outros sentados na parte traseira do carro a observar toda a movimentação na estrada. Num dado instante pode perceber entre as folhagens da mata uma luminosidade que identificou a principio ser de um veículo. Achou estranho porque todos aqueles que haviam saído juntamente de Monsenhor Gil já seguiam mais à frente. Quando a luminosidade se aproximou, percebeu então que se tratava do já conhecido “aparelho”. O medo se instalou, pois o objeto se aproximava tanto que parecia que ia pousar sobre o veículo. Rezas, choradeiras e gritarias eram constantes nesta perseguição. Edite pedia a Décio (proprietário e motorista do carro) que corresse mais, se não o “bicho” iam pegá-los.


Wellington entrevista Neuma, Edite e Deumar. Fonte: Meio Norte (2000 aprox)

Em sua mente, havia criado a situação de que em qualquer instante poderiam morrer. Se o carro virasse não escapariam, e se parasse o “bicho” os pegariam. A forma do objeto era arredondada, lembra Deumar. Com uma luminosidade amarelada por fora, e no centro vermelha. Havia momentos que o óvni desaparecia, para retornar logo à frente. A perseguição somente acabou, quando o carro alcançou a zona urbana  de Miguel Leão.


Obs: Na época, a equipe do Meio Norte fez até os retratos falados dos supostos óvnis.Estes baseados nas testemunhas entrevistadas. O primeiro refere-se ao incidente Ocorrido na estrada. Já o outro, é relacionado ao pouso do “aparelho” na roça doAgricultor Raimundo.Fonte: MN (2000 aprox)

8.      Outros fatos a serem investigados

A equipe da UPUPI em conversa com o Sr. Araújo, descobriu outros fatos acontecidos entre 1993 e 1998, estes a serem investigados posteriormente. Algumas das testemunhas não foram localizadas e outras devido ao curto tempo de nossa permanência, não puderam ser entrevistadas. Entre elas citamos o incidente acontecido com Maria da Cruz, morada do município. A mesma saiu para colher buriti (fruto típico de nossa região) nas matas próximas de Miguel Leão (1,5 Km distante). Era noite e ao chegar próximo de uma arvore com este fruto foi surpreendida com um facho de luz fortíssimo que se projetou sobre a mesma. Apavorada, retornou correndo a cidade por um percurso muito doloroso. Passou sobre uma vegetação conhecida por macambira (muitos espinhos), chegando com as pernas completamente ensangüentada. O médico  da época, Sr Altamiro (hoje falecido) foi quem deu assistência a vitima.

Contou-nos Araújo sobre outro incidente acontecido com o agricultor conhecido como “budim”. Este acordava normalmente pelas cinco horas da manhã e seguia para a roça em época de plantio ou colheita. Na época havia, participado de uma festa e acordou mais cedo imaginando ser o habitual. Como estava no período do horário de verão, seguiu caminho com destino a sua plantação. Ao chegar percebeu que o amanhecer ainda estava longe e havia se atrapalhado. Deitou embaixo do rancho, quando foi surpreendido por uma intensa luminosidade que se projetou sobre o teto de onde estava. Neste instante ficou imóvel e só a observar o que se passava no alto. O seu cachorro ficou grunhindo baixinho e assustado. A luz era tão intensa que atravessava as palhas e iluminava tanto o chão, que era possível se achar uma agulha.

Com um pequeno  deslocamento do objeto luminoso, então conseguiu visualizar melhor o referido “aparelho”. Tinha o formato e dimensão de um tambor de 200 litros. Ficou alguns instantes a observá-lo até que desapareceu num pisca de olhos. Diante da experiência passou aproximadamente três meses traumatizado com o fato e ausentou-se de sua roça.

Araújo lembrou-se de que em 1998 no povoado conhecido como capina, distante uns três quilômetros de Miguel Leão, alguns alunos que vinham estudar na sede do município, não compareciam as aulas noturnas em certas épocas e noites. Alegavam que uma estranha luz permanecia na estrada iluminando tudo. Motivados pelo medo e certo pavor da estranha luminosidade batizada de “et”.

Uma experiência inusitada também aconteceu com os caçadores conhecidos como “Zé do guará” e  “foboca” na localidade “carnaíbas”. O  primeiro estava sentado na rede e foi iluminado por um objeto desconhecido. Não  dando importância ao fato, resolveu vir embora com o companheiro. No caminho “foboca” sentiu vontade de fazer necessidade fisiológica e ao entrar no mato e permanecer agachado por um instante, foi surpreendido por aquele intenso facho de luz. Gritou ao companheiro “Zé do guará” que pegasse sua arma e atirasse no aparelho. Talvez motivados pelo susto e medo, não conseguiram localizar nenhuma das armas e correram até a sede do município.

9.            A vigília e condições do tempo

Torna-se uma característica nas viagens de campo, a procura de informações sobre a previsão do tempo. Como nas semanas anteriores haviam-se verificado intensa onda de calor sobre o Piauí, inclusive com temperaturas de maior magnitude em todo o Brasil, imaginávamos realizar uma boa observação noturna naquele município. Um dia anterior a nossa viagem, uma massa de ar fria “empurrou”  grandes nuvens para toda região nordestina. O Estado do Piauí ficou por quatro dias coberto de nebulosidade completamente. Inclusive chuvas em alguns municípios.

Como o ponto de apóio na cidade já nos aguardava e era evidente realizar esta viagem antes que o verão  ou “inverno” (como é conhecido o período das chuvas aqui no nordeste) iniciasse. Subimos a noite (sábado,26) ao morro do cipoeiro, onde anos atrás a equipe do Meio Norte havia filmado um objeto luminoso suspeito. Não pudemos fazer o reconhecimento da área antecipada durante à tarde (grupo reduzido), já que  é uma rotina de segurança nossa. O espaço encontrado no alto, devido ao crescimento da vegetação, prejudicava a visualização do horizonte. Pouco tempo depois, descemos.


Morro do cipoeiro e a barragem, dois pontos em nossa vigília. Fonte: UPUPI (2005)

Tentamos mais tarde as margens da barragem, mais o tempo fechado não permitiu enxergar nenhuma estrela. Às três horas da manhã, cansados pelas entrevistas e pela geografia da cidade (subidas e descidas de ruas), retornamos a casa do Sr. Araújo. Tínhamos uma importante entrevista a realizar pela manhã antes de nosso retorno a Teresina.

10.        Características do óvni de Miguel Leão

Das entrevistas realizadas em Miguel Leão, principalmente aqueles incidentes envolvendo caçadores e agricultores, pode-se de fato afirmar alguns pontos característicos do suposto óvni. Embora  muitos tenham vivido experiências distintas em lugares, épocas e horários. Na realidade, existe um processo que colabora com os acontecimentos:

O óvni atua na região há muito tempo, aproveitando-se do isolamento geográfico e de poucos recursos tecnológicos disponíveis no município.

  • Na região ainda se praticam intensas caçadas noturnas, contribuindo com  a presença humana disponível para interceptação.
  • Pratica-se o plantio rudimentar (roça de toco), sendo também de fácil localização no período diurno.
  • A princípio, o(s) objeto(s) permanece(m) no alto disfarçado(s) de estrela para difícil localização.
  • Localizam os caçadores pela própria luminosidade de suas lanternas.
  • Projetam uma intensa luminosidade sobre a vítima, resultando numa queda de temperatura (frio) ao partirem. Contradizem nossas leis sobre o aquecimento resultante de uma intensa luz artificial.
  • Utilizam-se provavelmente de imagens holográficas ou manipulações mentais quando aparecem durante o dia. Principalmente porque as vítimas só conseguem ver o movimento localizado das plantas, o barulho semelhante à chuva e o processo seguinte de encolhimento ou secagem das folhas.
  • As formas e tamanhos são variados, e isso depende do ponto visual de observação e das condições psicológicas. Alguns relatam de forma circular, arredondado ou alongado. Um fato bem caracterizado foi no incidente do pouso. O cano projetado sobre o centro do óvni pode ser uma espécie de mecanismo que faz uma varredura do lugar na tentativa de proteger, já que o mesmo está vulnerável no solo.

Pode-se dizer que ainda existe uma infinidade de teorias descritivas que serão avaliadas posteriormente. Principalmente no aprofundamento das pesquisas de campo que serão desenvolvidas ao longo de 2006. Há evidências da presença alienígena em todos os cantos deste imenso Estado. A tarefa do pesquisador ufológico não é somente repassar os acontecimentos. Cabe a cada um envolvido, o entendimento e compreensão do fenômeno. Somos portadores de uma realidade mascarada por muitos. Representamos o tormento de outros que temem o fim da fonte financiadora ($) e fácil da manipulação humana. Simbolizamos um caminho que segue irremediavelmente ao encontro de uma  verdade, e esta chegará num piscar de olhos ou no ligar de sua “lanterna” interior.

Agradecimentos: Araújo e esposa
Redação e filmagens: Flávio Tobler
Entrevistas:
Igor Patrik
Apóio técnico: Samuel

Núcleo da UPUPI
Dezembro de 2005